terça-feira, 23 de junho de 2009

Itabirito se torna referência nacional em gestão do turismo



Cidade foi premiada com o Troféu Roteiros do Brasil, na categoria Gestão Turística de Destino, promovido pelo Ministério do Turismo


Itabirito foi a grande vencedora do Troféu Roteiros do Brasil, na categoria Gestão Turística de Destino. Com o prêmio, Itabirito se torna referência nacional em organização pública na administração do turismo. A premiação é promovida pelo Ministério do Turismo e tem como proposta apresentar os destaques do Programa Regionalização do Turismo no Brasil. A cerimônia de entrega do troféu será no próximo dia 2 de julho, no 4º Salão Nacional do Turismo, em São Paulo.

Mais de 90 destinos, regiões e roteiros turísticos de todo o Brasil que participam das ações do Programa de Regionalização do Ministério do Turismo entraram na disputa. Itabirito conquistou o primeiro lugar. De acordo com o secretário municipal de Patrimônio Cultural e Turismo, Ubiraney Figueiredo, o prêmio confirma a eficiência das estratégias aplicadas na cidade para que o turismo seja uma alternativa de crescimento econômico e geração de renda. “Nosso trabalho foi desenvolvido para que o município pudesse ser oferecido como um produto turístico. Por isso, promovemos ações que nos qualificam para a atividade, diversificando e estimulando os negócios e fomentando a competitividade dos empreendimentos do setor”, afirma O secretário também é presidente da Associação do Circuito do Ouro, da qual Itabirito faz parte. A associação foi agraciada como o melhor caso de Planejamento e Gestão do Turismo Regional.

Projetos

A Secretaria Municipal de Patrimônio Cultural e Turismo, com o apoio de parceiros da iniciativa privada, entidades, governos estadual e federal e outras secretarias da Prefeitura, realiza uma série de atividades que movimentam o turismo local. Uma delas é a realização da Semana do Turismo de Itabirito que neste ano completa sua quinta edição, além de quatro edições das Oficinas de Verão de Acuruí.

Outro destaque é a estruturação do trecho da Estrada Real que passa pelo distrito de Acuruí, com a inserção de marcos referenciais, a criação de roteiros turísticos, realização do projeto “Aprendendo com o Pé na Estrada” e de atividades de capacitação com a comunidade local. A promoção de palestras, cursos e oficinas de capacitação técnica para prestadores de serviços e membros da comunidade, entre outras ações, também integram a relação de projetos.

Alunos em atividade do Projeto Aprendendo com o Pé na Estrada


Lista dos vencedores Troféu Roteiros do Brasil 2009:

- Gestão Turística de Destino – Itabirito (MG)

- Sítio Eletrônico Promocional– Sítio eletrônico da Estrada Real (MG)
- Sustentabilidade Ambiental em municípios – Santana do Riacho (MG)
- Planejamento e Gestão do Turismo Regional – Circuito Turístico do Ouro (MG)
- Roteiro Turístico – Rota das Emoções (CE/PI/MA)
- Roteiro ou Destino Turístico Segmentado – Roteiro Turístico de Sol e Praia Costa dos Corais (AL) - Material Promocional – Material Promocional das Regiões Turísticas do Paraná:
- Sustentabilidade Sócio-Cultural em municípios – MundoJeri: a pluralidade cultural no artesanato - Jijoca de Jericoacoara (CE)

Veja mais: http://www.turismo.gov.br/

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Projeto Seresta Descendo a Ladeira

Projeto muito legal que conta com o apoio do blog Observatório do Turismo.

O Projeto Seresta Descendo a Ladeira é realizado desde 2006 em vários pontos do Município de Itabirito.
O Grupo de Seresta é formado por 6 instrumentistas e 30 cantores que relembram peças do cancioneiro nacional.




Apresentação do Grupo de Seresta Descendo a Ladeira

terça-feira, 2 de junho de 2009

PARA CONHECIMENTO E REFLEXÃO


Na última edição da revista Época foi publicada uma matéria sobre a construção do Centro Administrativo do Governo do Estado Minas Gerais.

Acreditamos que seria interessante divulgar os números deste projeto para conhecimento e análise de todos e, portanto, destacamos alguns pontos da matéria:

- O projeto possui 804.000 metros quadrados de área total (equivalente à 97 campos de futebol), e 297.000 metros de área construída.

- O Palácio do Governador terá o maior vão livre de concreto suspenso do mundo, com 147,5m de comprimento por 17,2m de largura.

- Inicialmente a obra custaria R$ 500 milhões, atualmente os valores já chegaram à R$ 1,2 bilhão. Com este valor seria possível construir 4 hospitais como o Instituto do Câncer de São Paulo e ainda sobrariam R$ 120 milhões para um hospital de médio porte.

- Estima-se que mais R$ 50 milhões serão gastos em móveis, divisórias, estrutura de TI e mudança dos órgãos do governo.

- Dentre as nove empreiteiras que trabalham na obra oito doaram dinheiro para pelo menos uma das campanhas de Aécio para o governo do Estado.

Fonte: Revista Época – N° 576 – 1° de junho de 2009. Título: A “Disneylândia” de Aécio.

TURISMO: FRUTIFICAI E MULTIPLICAI

O Ministério do Turismo através de parceria com o SEBRAE e BRAZTOA implantou no ano de 2006 o Projeto Vivências Brasil, cujo objetivo é multiplicar as boas e melhores práticas do turismo brasileiro através da experiência vivenciada de empresários em atividade turística em destinos reconhecidos nacionalmente.

Através de metodologia baseada na técnica de Benchmarking, o programa possibilita a incursão de grupos de empresários em destinos selecionados, com vista à observação de estratégias e modelos que possam ser adaptados em negócios similares próprios e de seu entorno.

O Projeto em diferentes etapas já permitiu a troca de experiências e levantamento de informações em importantes regiões, com destaque para Fernando de Noronha, Bonito, Foz do Iguaçu, Rio de Janeiro e Parati, Serras Gaúchas, Costa dos Coqueiros e Estrada Real no Brasil e Costa Rica, Peru, México, Portugal, Espanha, África do Sul, Chile e Nova Zelândia no exterior.
A última etapa do projeto consistiu na busca de experiência da prática do turismo social com ênfase no segmento da Melhor Idade e do termalismo praticados em Caldas Novas – Goiás. Estrategicamente selecionados, empresários da hotelaria das diversas regiões do País avaliaram durante seis dias as estratégias e ações implantadas nos empreendimentos hoteleiros do destino visitado.

Participaram desta vivência, o Hotel Solar Corte Real da cidade de Sabará/MG, Ouro Minas Grande Hotel e Thermas de Araxá/MG, o Hotel União de Janaúba/MG, Termas de Marcelino de Marcelino Ramos/RS, Hotel Marajó de Soure/PA, Thermas de Mossoró/RN, Pousada Águas da Montanha de Guarapari/ES, além de um técnico do Projeto Viaja Mais Melhor Idade e uma representante da ABCMI – Associação Brasileira dos Clubes da Melhor Idade, da Paraíba.

Com roteiro pré-elaborado e com acompanhamento técnico de consultoria externa, o grupo participante visitou e registrou dezenas de projetos e conheceu diferentes modelos de gestão adotados pelos empresários locais, sejam eles relacionados à estrutura física dos empreendimentos, formatação de produtos segmentados, excelência e inovações em serviços ou mesmo a adoção de programas de responsabilidade sócio-ambiental nas empresas. Permitiu-se ainda, a troca de informações e o estabelecimento de diálogos com o trade local, em debates realizados com representantes do SEBRAE/GO, da Secretaria de Turismo e Convention Bureau de Caldas Novas e Rio Quente.

Não se trata de um projeto que vai revolucionar o turismo no Brasil ou resolver de vez as deficiências vividas pelo setor e tampouco promover a sonhada e desejada transformação tecnológica e a qualificação e formação de pessoas que atuam no segmento. Imagina-se também que o Governo Federal, através do MTur não sugere que os destinos escolhidos, como Caldas Novas em Goiás, são modelos acabados e estão com seus problemas resolvidos. Trata-se, de uma proposta inovadora com significados e perspectivas de longo prazo, haja vista o compromisso dos empresários participantes com a multiplicação das boas e melhores práticas observadas, além da abrangência do projeto como um todo.

Destarte, o caráter visionário e messiânico deste projeto permite-nos afirmar que nunca na história do turismo deste país, parafraseando o Presidente Lula, um programa implantado sem muito alarde pudesse criar tantas perspectivas de soluções para o segmento. Por isso, ao invés do sugestivo slogan atual “aprendendo com o turismo nacional” cairia muito bem a utilização da passagem bíblica “frutificai e multiplicai” em vista da filosofia e a ousadia na desconstrução de conceitos, paradigmas e mitos percebidos no escopo e na essência da proposta.


Luiz Neves de Souza
Mestre em Turismo e Meio Ambiente
lunesconsultoria@yahoo.com.br

segunda-feira, 18 de maio de 2009

EM QUE POSIÇÃO NÓS REALMENTE ESTAMOS?



Estrada Real
Igrejas fechadas decepcionam turistas

“Eu e três amigas, em busca de um bom passeio de fim de semana, optamos pelo circuito da Estrada Real, entre Barão de Cocais e Brumal, passando por Santa Bárbara e Catas Altas, na Região Central do estado. Em nossa mente, igrejas barrocas, monumentos, lindas paisagens, artesanato, doces, produtos típicos mineiros para presentear amigos. Fomos, vimos e saímos de mãos abanando. As igrejas, o comércio e os serviços de apoio turístico estavam fechados – isso num sábado de manhã. Ficamos sabendo que nos fins de semana nada funciona, o que é um contrassenso. Não havia sequer um banheiro, uma sorveteria (a única de Catas Altas estava inoperante), um restaurante legal (conseguimos um em Brumal, já no fim do passeio). Turistas estrangeiros, cheios de máquinas fotográficas sofisticadas, desanimados, não entendiam o porquê de tanto descaso. Então é assim que o governo pretende incrementar o turismo em Minas? Parece piada, mas restaurante fechado no horário de almoço é mesmo o fim da picada. Vamos acordar, minha gente!”

Maria Solange Amado Ladeira - Belo Horizonte
Carta transcrita do jornal Estado de Minas do 1º de abril de 2009 - Primeiro caderno “Cartas à Redação", pág. 8.
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Nos últimos dois anos houve uma ampla divulgação sobre a 2ª posição de Minas Gerais no ranking do turismo receptivo no Brasil. A partir disso, muitos foram os que proclamaram que a política pública do estado seria o fator principal deste avanço. No entanto, acredito que a carta acima demonstre de forma mais transparente a situação atual do turismo mineiro. Não quero aqui discutir o mérito e as particularidades das informações descritas, mas sim o sinal de alerta que este relato aponta.

A turista em questão cita a inoperância de atrativos e serviços básicos para ocorrência de viagens em Catas Altas, Santa Bárbara e Barão de Cocais, mas isso não é exclusividade destas localidades. Na verdade esta é uma situação comum em quase toda Minas Gerais.

Já são 6 anos da política de regionalização nas atuais administrações federal e estadual, e algo em torno de 10 anos, se considerarmos a gestão de Itamar Franco. Entretanto, o fato é que os resultados são inexpressivos e esta política não transformou em realidade o turismo no estado. Por exemplo, é possível responder com exatidão quais são os resultados palpáveis em termos de aumento de fluxo de viajantes; de crescimento do número de empresas turísticas; de geração de emprego; ou de distribuição de renda?

Atualmente, a atividade turística em Minas necessita de políticas públicas de turismo eficazes, que proporcionem resultados factíveis e convincentes. Para tanto, é fundamental que seja transformada a atuação do governo. É preciso que os nossos governantes encarem a atividade turística como uma área estratégica para o desenvolvimento do estado.

Neste ano vimos ações do governo federal direcionadas à diminuição da tributação dos setores automobilístico e de eletrodomésticos, além do programa de incentivo ao crédito para a compra de casas próprias. Tudo isso gerou o aumento de vendas e fez com que a indústria automobilística tivesse seu melhor 1º trimestre da história.

A atividade turística em Minas também precisa de incentivos. A tributação do setor precisa de uma revisão urgente e é necessário que sejam criados subsídios concretos para a instalação de novas empresas nos setores da hotelaria, agências de receptivo no interior, pequenas empresas de transporte. Caso contrário, no futuro as experiências dos turistas não serão muito diferentes do que foi relatado no jornal.

A estratégia de promoção do turismo de Minas também está no sentido inverso do ideal. Atualmente investe-se muito em divulgação fora do estado e do país, mas não há estímulo para que o mineiro realize viagens dentro do seu próprio estado. A consolidação da atividade no estado deveria estar fundamentada no aumento dos fluxos regionais, o que não é verificado hoje. São ao todo 43 circuitos, os quais envolvem 600 municípios, mas que de fato não se traduzem em regiões turísticas para os seus moradores.

Estamos em um momento crucial entre a profissionalização da atividade turística ou a frustração que poderá vir do fracasso da política de turismo adotada. Desse modo, a criação de um ambiente favorável a investimentos poderá ser o passo no sentido do estabelecimento de uma posição sólida de Minas Gerais no contexto do turismo nacional.


André Viana de Paula
Consultor em Gestão Pública e Privada do Turismo
vianadepaula@gmail.com

quinta-feira, 16 de abril de 2009

REGIONALIZAÇÃO DO TURISMO - PARTE 1


Este artigo se propõe a analisar a implantação de territórios turísticos regionais, que define novas estruturas de organizações socioespaciais. Essa tem sido a referência das políticas de turismo no Brasil. Políticas federal e estaduais têm apresentado programas e projetos que visam esse (re)arranjo do espaço, mas é importante refletir sobre o que significa essa estruturação regional e quais são as suas conseqüências.

No Brasil, pode-se destacar que a regionalização do turismo está na pauta do governo federal desde 2003, tornando-se uma questão referencial para a discussão sobre o desenvolvimento deste setor no país. Essa proposta determina a reconfiguração do arcabouço territorial, que implica na sua interiorização, ampliando, com isso, o número de empresas turísticas e, consequentemente, o número de emprego e a renda dos moradores das áreas de destinos turísticos e provocando a desconcentração espacial da economia (PNT 2003-2007).

A princípio a estruturação regional do turismo é vista, também pelos governos estaduais e municipais, como uma solução para que os municípios de menor porte, mas com potencial turístico, se associem aos pólos, possibilitando uma maior capacidade de captação de recursos, de capacitação dos recursos humanos e de divulgação do potencial turístico dos municípios.

Dessa forma, a partir da regionalização o turismo deixa de ser produzido em áreas urbanas isoladas, e passa a ser constituído por um conjunto de lugares turísticos. Essa alternativa espacial visa facilitar e dinamizar as relações socioeconômicas, ampliando os fluxos que vinculam as localidades, se conformando em múltiplas territorialidades, estruturadas através de redes complementares de equipamentos e serviços turísticos e de infra-estrutura básica, compondo um produto turístico final mais complexo.

Neste sentido, a estrutura de rede, estabelecida a partir do processo de produção do espaço regional, visa gerar um sistema de relações, instituindo novas interações entre os municípios e entre os diferentes atores envolvidos. Através desse processo pretende-se, portanto, desencadear uma série de desdobramentos socioespaciais, econômicos e políticos, que extrapolam as decisões municipais.

Porém, uma das questões que deve ser colocada para o debate é: Quais são os efeitos práticos dessa estruturação regional do turismo? O que se pode perceber até então são iniciativas sobrepostas de modelos implantados nos estados, a partir de diferentes atores políticos e sociais. E, todos eles, até então, com dificuldades de consolidação e de convencimentos de setores chaves da cadeia produtiva do turismo para o incremento dos produtos regionais. Inicialmente, esses são alguns aspectos relevantes para abrir uma discussão acerca dos resultados concretos da atual Política Nacional de Turismo.




Profª. Mônica de Castro Domingos
Mestre em Geografia e Meio Ambiente e
Bacharel em Turismo







Profª. Marcella Cristiane Amaral Scotti
Mestre em Geografia e Meio Ambiente e
Bacharel em Turismo

domingo, 5 de abril de 2009

O SUJEITO DO TURISMO: A BUSCA PELO PRAZER DA VIDA EM SOCIEDADE



O fenômeno turismo movimenta-se em diferentes fronteiras do conhecimento e das ciências, e seu entendimento passa necessariamente pela aproximação dos diversos campos do saber. A sociedade atual, ao mesmo tempo em que é global, passa, também, por um processo de identificação grupal, o que Maffesoli chama de tribalismo (1996: 15-16), na qual a ética, que agrega o grupo, torna-se estética, emotiva, comum, possibilitante de uma mistura do arcaico com o contemporâneo tecnológico, onde a satisfação nasceria da expectativa da procura do prazer, que se situa na imaginação dos sujeitos individuais e grupais.

A motivação desses sujeitos em relação ao consumo, não é simplesmente materialista, existe a procura de vivenciar, “na realidade”, os dramas agradáveis que já vivenciaram em sua imaginação, mesmo que estes jamais sejam perfeitos e por vezes conduzam à desilusão e ao anseio por produtos novos.

Entender o sujeito do turismo como tipo ideal weberiano é restrito ao homo economicus, e a esse sujeito são negados a prosa e poesia que se traduzem em viver na participação, no amor, no fervor, na comunhão, na exaltação, no rito, na festa, na embriaguez, na dança, no canto, o que, efetivamente, transfigura a vida prosaica, feita de tarefas práticas, utilitárias, técnicas. Partir de férias é um acontecimento dotado de uma série de significados, turismo é processo humano, ultrapassa o entendimento como função de um sistema econômico.

O fenômeno turístico influência é influenciado pela produção da subjetividade social, o ecossistema, o modo estético e a herança cultural das localidades visitadas, ao tempo em que é, sim, umas das atividades econômicas que mais cresce no mundo a uma média de 7% ao ano de 1950 a 1990 segundo a OMT.

Deve-se entender o turismo como uma importante atividade econômica, que possibilita a geração de emprego e de renda, mas turismo significa conhecer as causas que fazem com que haja a necessidade das viagens, significa compreender que o sujeito do turismo, esse homem pós-moderno, urbano, cada dia mais racional e sedentário têm por necessidade encontrar-se, buscar a felicidade e conhecer o outro, portanto compreender o turismo é desta feita conhecer as pessoas, conhecer o novo, vivenciar expectativas.





Fernando Ottoni
Turismólogo e Especialista em Turismo e
Desenvolvimento Sustentável